===== A Oficina ===== Em maio de 2007 realizamos nossa primeira Oficina de Modelagem Espacialmente Explícita de Doenças Infecciosas, que foi patrocinada pelo projeto SAUDAVEL - Sistema de Apoio Unificado para a Detecção e Acompanhamento em Vigilância Epidemiológica - e pelo Programa Espaço e Sociedade. Desta feita tínhamos no INPE uma oficina que reunia o grupo envolvido com o projeto SAUDAVEL, estando presentes além do INPE, pessoal dos Departamentos de Entomologia, Parasitologia e Saúde Coletiva do CPqAM/FIOCRUZ/Recife, do PROCC - Programa de Computação Científica - da FIOCRUZ/Rio de Janeiro, do TerraLAB/UFOP, da UFPR e do Departamento de Matemática da UFPE. A Oficina teve como objeto avaliar a possibilidade de definir uma plataforma computacional comum, com base em sw aberto, que atendesse os requisitos de todos os grupos envolvidos para a modelagem espacialmente explícita das dinâmicas envolvidas na transmissão e disseminação de doenças infecciosas de transmissão direta e por vetor, em particular a dengue, e sua simulação considerando escalas intra-urbanas e com acoplamento a bases geográficas de representação da infra e super-estrutura de cidades reais. Especificamente, o objetivo foi proporciar a troca de experiências individuais em cada área específica, para enriquecer as perspectivas individuais e propor o início de um trabalho conjunto. Foi discutido na oficina: Tratamento de dados no EpiGrass; integração EpiGrass-R; modelos para doenças infeccisoas, em particular modelos discretos para dengue; Conceitos do ambiente de modelagem TerraME; intercafe R-TerraLib e interface R-LUA. Esta edição da Oficina de Modelagem Dinâmica Espacialmente Explícita de Doenças Infecciosas de Transmissão Vetorial com enfoque em Dengue e relações com variáveis climáticas e ambientais reúne a FIOCRUZ/RJ, a UFBA, a UNESP/Botucatu e a UFOP com o grupo do INPE. Novamente é a Dengue quem media o nosso diálogo. A dengue é a doença viral transmitida por artrópodes que se espalha mais rapidamente no mundo. Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo são afetadas pela dengue a cada ano, principalmente em áreas urbanas e semi-urbanas e cerca de 2,5 bilhão de pessoas vivem em países endêmicos para dengue. Durante as últimas décadas, a doença se tornou uma importante causa de morte e internações por dengue hemorrágica e síndrome de choque por dengue. Ela pode ser causada por quatro sorotipos que são transmitidos principalmente por mosquitos Aedes aegypti. No Brasil, todos os estados possuem o Aedes aegypti, e em cada estado existe pelo menos um dos sorotipos circulando. Uma grande variedade de fatores que influenciam a dinâmica espacial e temporal das populações de mosquitos e, portanto, os padrões de transmissão da dengue nas populações humanas. A temperatura, a precipitação pluviométrica e a umidade interferem em todas as fases de desenvolvimento do vetor, desde a eclosão e viabilidade dos ovos, ao tamanho e longevidade dos mosquitos adultos, bem como a sua dispersão no ambiente. Além disso, fatores como a urbanização não planejada, alta densidade populacional humana, a precariedade dos sistemas de coleta de lixo e abastecimento de água favorecem a proliferação de criadouros e a disseminação da infecção. Por ser uma doença de grande complexidade, devido às interações entre os seres humanos, mosquitos e sorotipos distintos de vírus, entender os fatores que influenciam a persistência da doença tem sido um desafio para os cientistas e gestores públicos. A vacina ainda sendo desenvolvida e a por enquanto, a única estratégia de controle da doença consiste em manter a quantidade de vetores nos níveis mais baixos possíveis. Modelos matemáticos, estatísticos e computacionais têm sido desenvolvidos para ajudar a compreender a epidemiologia da doença. Estes modelos têm como objetivo não só de prever epidemias, mas também de expandir a capacidade de explicação dos fenômenos. Modelos dinâmicos espacialmente explícitos tem a vantagem de monitorar indivíduos ou grupos de indivíduos explicitamente. Quando inseridas as localizações geográficas e o acoplamento com GIS e quando entendidos as variáveis climáticas e ambientais que interferem no processo epidemiológico, os modelos tornam-se mais adequados às realidades desta complexidade. Esta Oficina é uma pequena contribuição nesta direção. Ela proporcionará o encontro entre pesquisadores que trabalham com modelagem dinâmica espacialmente explícita de doenças infecciosas, sendo o objeto comum a dengue, de maneira a favorecer a troca de experiências e a compreensão das particularidades, peculiaridades e objetivos de cada modelo. O que esperamos é que a partir desse encontro, possamos compartilhar o olhar dentro da complexidade da epidemiologia da doença e promover parcerias entre os trabalhos existentes entre estes distintos grupos. \\ [[http://saudavel.dpi.inpe.br|link para a página do SAUDAVEL]] \\ [[http://www.dpi.inpe.br/espacoesociedade|link para a página do Programa Espaço e Sociedade]]