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Resumo

 A urbanização ocorrida no Brasil a partir da década de 1950 modificou
 padrões socioculturais da população do  país, independentemente de 
 sua localização geográfica em cidades ou zonas rurais. Em algumas 
 partes do território brasileiro, a restrição de acesso a serviços
 e possibilidades de consumo fora das cidades foi suplantada através
 da capacidade da indústria de constituir demandas de consumo em zonas
 rurais sob influência dos centros industriais, formando redes de 
 distribuição de produtos, que articulam as mais diversas escalas 
 de aglomeração. Essa estratégia de estruturação do território 
 redefiniu o urbano. Nesta visão, o urbano se estende a todos os 
 territórios, produzindo o que Monte-Mór chama de urbanização extensiva.
 Uma possibilidade teórico-conceitual que oferece uma chave
 para reinterpretação daquilo que levou, ainda em 1995, 
 a Professora Bertha Becker a cunhar o termo floresta urbanizada. 
 Ainda assim, muitos anos depois, o fato urbano na Amazônia continua 
 negligenciado no debate sobre suas possibilidades para um nov
 modelo de desenvolvimento ambientalmente responsável e socialmente justo.
 A despeito de uma crescente e importante produção técnica na 
 caracterização do fato urbano, a pouca compreensão da natureza 
 do fenômeno urbano na Amazônia contemporânea traz como consequência
 a sua presença tangencial nas agendas para as políticas públicas
 no espaço regional. No entanto, foram os intensos processos 
 de urbanização das décadas passadas que produziram um grande 
 conjunto de formas urbanas muito além das cidades e vilas. 
 Várias outras formas socioespaciais de organização de núcleos 
 populacionais, que se aninharam em diferentes concentrações 
 de comércio e serviços espalhadas por todo o espaço regional. 
 Neste contexto, a infra-estrutura urbana e os serviços sociais
 foram estendidos de regiões metropolitanas para os municípios 
 de médio porte e destes para os de pequeno porte e suas cidades,
 vilas e para seus outros arranjos socioespaciais, produzindo uma
 reconfiguração no espaço regional com relações que não aderem mais
 ao tradicional modelo cidade/campo ou urbano/rural. 
 Com a logística e a mineração, em particular, aquilo 
 que Milton Santos chamou do circuito superior da economia urbana,
 foi constituído e consolidado. Seus atores e estratégias e 
 suas estruturas e conexões condicionaram os padrões e os 
 processos em uma fronteira urbana móvel, caracterizada por 
 suas relações de conectividade. Estes projetos prescindiam da 
 compreensão dos circuitos econômicos menores, associados ao 
 universo urbano em formação e às dinâmicas tradicionais da região.
 Este projeto procura abrir diálogos, nas fronteiras entre campos 
 disciplinares distintos, em busca de qualificar e preencher lacunas 
 em nossa compreensão da estrutura e funcionamento do fenômeno urbano 
 na Amazônia contemporânea dentro de um quadro conceitual que aceita 
 a hipótese da urbanização extensiva, e reconhece como urgente a 
 articulação entre as agendas econômicas propostas para a região, 
 as escalas das cidades e aquela das redes de vilas tradicionais, 
 comunidades, acampamentos e pequenas aglomerações situadas 
 nas áreas de conversão da floresta. 
 Neste encontro de várias escalas e de seus circuitos
 está a gênese de formação do urbano Amazônico.

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