Sensoriamento
Remoto
O que é sensoriamento
remoto?
- Definição: "Utilização de sensores para
aquisição de informações sobre objetos ou
fenômenos sem que haja contato direto entre
eles".
- Sensores: são
equipamentos capazes de coletar energia
proveniente do objeto, convertê-la em
sinal passível de ser registrado e
apresentá-lo em forma adequada à
extração de informações.
- Energia: na grande
maioria das vezes é a energia
eletromagnética ou radiação
eletromagnética.
- Conceito mais específico: "Conjunto das
atividades relacionadas à aquisição e a
análise de dados de sensores remotos".
- Sensores remotos:
sistemas fotográficos ou
óptico-eletrônicos capazes de detectar e
registrar, sob a forma de imagens ou
não, o fluxo de energia radiante
refletido ou emitido por objetos
distantes.
O que é radiação
eletromagnética?
- Toda matéria a uma temperatura superior à
zero absoluto (0o K ou -273o C) emite
radiação eletromagnética, como resultado de
suas oscilações atômicas e moleculares.
- A radiação emitida ao incidir sobre a
superfície de outra matéria pode ser
refletida, absorvida ou transmitida. Quando
absorvida, a energia é geralmente reemitida,
em diferentes comprimentos de onda.
- Os processos de emissão, absorção,
reflexão e transmissão ocorrem
simultaneamente e suas intensidades
relativas caracterizam a matéria em
investigação. Dependendo das características
físicas e químicas da mesma, os quatro
processos ocorrem com intensidades
diferentes em diferentes regiões do
espectro.
- Esse comportamento espectral das diversas
substâncias é denominado assinatura
espectral e é utilizado em Sensoriamento
Remoto para distinguir diversos materiais
entre si.
- Qualquer fonte de energia eletromagnética
é caracterizada pelo seu espectro de
emissão, o qual pode ser contínuo ou
distribuído em faixas discretas.
- O campo elétrico e o campo magnético são
perpendiculares entre si e ambos oscilam
perpendicularmente à direção de propagação
da onda, como mostra a figura abaixo, onde E
é o campo elétrico e M o campo magnético.
- A velocidade de propagação da onda
eletromagnética no vácuo é a velocidade da
luz (3 x 108 m/s). O número de ondas que
passa por um ponto do espaço num determinado
tempo define a freqüência (f) da radiação.
- A onda eletromagnética pode também ser
caracterizada pelo comprimento de onda
(lâmbda) que pode ser expresso pela equação:
- A faixa de comprimentos de onda ou
freqüências em que se pode encontrar a
radiação eletromagnética é ilimitada.
- Este espectro é subdividido em faixas,
representando regiões que possuem
características peculiares em termos dos
processos físicos geradores de energia
ou dos mecanismos físicos de detecção
desta energia.
- As principais faixas do espectro
eletromagnético estão descritas abaixo e
representados na figura a seguir.
- Ondas de rádio:
baixas freqüências e grandes
comprimentos de onda. São utilizadas
para comunicação a longa distância.
- Microondas: faixa de
1mm a 30cm ou 3x1011 a 3x109 Hz. Pode-se
gerar feixes de radiação eletromagnética
altamente concentrados, chamados
radares. Por serem pouco atenuados pela
atmosfera, ou por nuvens, permitem o uso
de sensores de microondas em qualquer
condição de tempo.
- Infravermelho: grande
importância para o Sensoriamento Remoto.
Engloba radiação com comprimentos de
onda de 0,75um a 1,0mm. A radiação I.V.
é facilmente absorvida pela maioria das
substâncias (efeito de aquecimento).
- Visível: Radiação
capaz de produzir a sensação de visão
para o olho humano normal. Pequena
variação de comprimento de onda (380 a
750nm). Importante para o Sensoriamento
Remoto, pois imagens obtidas nesta
faixa, geralmente, apresentam excelente
correlação com a experiência visual do
intérprete.
- Ultravioleta: extensa
faixa do espectro (10nm a 400nm).
Películas fotográficas são mais
sensíveis à radiação ultravioleta do que
a luz visível. Uso para detecção de
minerais por luminescência e poluição
marinha. Forte atenuação atmosférica
nesta faixa, se apresenta como um grande
obstáculo na sua utilização.
- Raios X: Faixa de 1Ao
a 10nm (1Ao = 10-10m). São gerados,
predominantemente, pela parada ou
freamento de elétrons de alta energia.
Por se constituir de fótons de alta
energia, os raios-X são altamente
penetrantes, sendo uma poderosa
ferramenta em pesquisa sobre a estrutura
da matéria.
- Raios-GAMA: são os
raios mais penetrantes das emissões de
substâncias radioativas. Não existe, em
princípio, limite superior para a
freqüência das radiações gama, embora
ainda seja encontrada uma faixa superior
de freqüência para a radiação conhecida
como raios cósmicos.
Como são os sistemas
sensores?
- Coletor: recebe a energia através
de uma lente, espelho, antenas, etc...
- Detetor: capta a energia coletada
de uma determinada faixa do espectro;
- Processador: Processa o sinal
registrado (revelador, amplificação, etc...)
através do qual se obtém o produto;
- Produto: contém a informação
necessária ao usuário.
Quais tipos de
sensores existem?
Podem ser classificados em função da fonte de
energia ou em função do tipo de produto que
produz.
- Em função da fonte de energia:
- PASSIVOS: não possuem
fonte própria de radiação. Mede radiação
solar refletida ou radiação emitida
pelos alvos. Ex.: Sistemas fotográficos.
- ATIVOS: possuem sua
própria fonte de radiação
eletromagnética, trabalhando em faixas
restritas do espectro. Ex.: Radares.
- Em função do tipo de produto:
- Não-imageadores: não
geram imagem da superfície sensoriada.
Ex.: Espectrorradiômetros (assinatura
espectral) e radiômetros (saída em
dígitos ou gráficos). Essenciais para
aquisição de informações precisas sobre
o comportamento espectral dos objetos.
- Imageadores: obtém-se
uma imagem da superfície observada como
resultado. Fornecem informações sobre a
variação espacial da resposta espectral
da superfície observada.
Os sistemas imageadores podem ser divididos
em:
- Sistema de quadro
("framing systems"): adquirem a imagem
da cena em sua totalidade num mesmo
instante. Ex.: RBV.
- Sistema de varredura
("scanning systems"). Ex.: TM, MSS, HRV.
- Sistema fotográfico:
Fácil de operar. Limitada capacidade de
captar a resposta espectral (filmes
cobrem somente o espectro entre
ultravioleta próximo ao infravermelho
distante). Limita-se as horas de
sobrevôo e devido a fenômenos
atmosféricos não permitem freqüentemente
observar o solo a grandes altitudes.
- A tabela abaixo apresenta uma análise
comparativa dos sensores fotográficos e
imageamentos por varredura.
|
Imageamento por
sensores fotográficos
|
Imageamento por
sensores de varredura
|
Resolução
geométrica |
alta |
média |
Resolução
espectral |
média |
alta |
Repetitividade |
baixa |
alta |
Visão sinóptica |
baixa |
alta |
Base de dados |
analógica |
digital |
O que são os sistemas
sensores orbitais? Quais são os principais?
- Os sistemas sensores orbitais exploram as
características de uma plataforma embarcada
em uma órbita que deve ser:
- Circular, para garantir que as imagens
tomadas em diferentes regiões da Terra
tivessem a mesma resolução e escala;
- Permitir o imageamento cíclico da
superfície, para garantir a observação
periódica e repetitiva dos mesmos
lugares;
- Ser síncrona com o Sol
(heliossíncrono), para que as condições
de iluminação da superfície terrestre se
mantivessem constantes;
- Horário da passagem do satélite deve
atender às solicitações de diferentes
áreas de aplicação (geologia,
geomorfologia, agricultura, etc..).
- A tabela abaixo apresenta as
características dos satélites Landsat, SPOT
e ERS-1.
|
Landsat 4 e 5
|
SPOT 1 e 2
|
ERS-1
|
Órbita |
circular
98,2 graus
heliosincrono |
circular
98,7 graus
heliosincrono |
circular
98,5 graus
heliosincrono |
Período |
99 minutos |
97 minutos |
100,467 minutos |
Altitude |
705 km |
832 km |
785 km |
Cruzamento |
9:45 horas |
10:39 horas |
10:30 hoas
(desc.) |
Ciclo |
16 dias |
26 dias |
35 dias (SAR) |
Órbita
adj. |
172 km |
108 km |
100 km |
Órbita
suc. |
2.750 km |
2.700 km |
- |
Quais são as
características do LANDSAT?
- Compõe-se até o momento de 5 satélites,
que foram desenvolvidos pela NASA (National
Aeronautics and Space Administration.
- Landsat 1 e 2 com dois sistemas sensores
com a mesma resolução espacial, mas
diferentes concepções de imageamento: o
sistema RBV, com imageamento instantâneo de
toda a cena e o sistema MSS, com imageamento
do terreno por varredura de linhas
(line-scanner).
- Landsat 3, com sistema RBV modificado,
provendo dados com melhor resolução espacial
em uma única faixa do espectro e uma faixa
espectral adicionada ao sistema MSS, para
operar na região do infravermelho termal.
- A partir do Landsat 4 e 5, ao invés do
sensor RBV, a carga útil do satélite passou
a contar com o sensor TM (Thematic Mapper),
operando em 7 faixas espectrais. Esse sensor
conceitualmente é semelhante ao MSS mas
incorpora aperfeiçoamentos nos componentes
ópticos e nos componentes eletrônicos.
- Imageador RBV(Return Beam Vidicon):
sistema semelhante a uma câmera de televisão
permitindo o registro instantâneo de uma
certa área do terreno. A energia proveniente
de toda a cena impressiona a superfície
fotossensível do tubo da câmera e, durante
certo tempo, a entrada de energia é
interrompida por um obturador, para que a
imagem do terreno seja varrida por um feixe
de elétrons. O sinal de vídeo é então
transmitido telemetricamente.
- Imageador MSS (Multispectral Scanner):
sistema sensor que permite o imageamento de
linhas do terreno numa faixa de 185 km,
perpendiculares à órbita do satélite. A
varredura do terreno é realizada com auxílio
de um espelho que oscila perpendicularmente
ao deslocamento do satélite. Durante a
oscilação do espelho, a imagem do terreno,
ao longo da faixa, é focalizada sobre uma
matriz de detetores. A dimensão de cada
detetor é responsável pelo seu campo de
visada instantâneo (área observada por cada
detetor na superfície da Terra). A energia
registrada por cada detetor é transformada
em um sinal elétrico e este transmitido para
as estações em terra. A cada oscilação do
espelho, o satélite desloca-se ao longo da
órbita, para proporcionar o imageamento
contínuo do terreno. Entretanto, o movimento
de rotação da Terra provoca um pequeno
deslocamento do ponto inicial da varredura
para oeste a cada oscilação do espelho, ou
seja, a cada seis linhas imageadas. Se
considerarmos o deslocamento de 185 km ao
longo da órbita do satélite, há um
deslocamento de 12,5 cm entre a primeira e a
última coluna de pixels.
- Imageador TM(Thematic Mapper): sistema de
varredura multiespectral concebido para
obter melhor resolução espacial, melhor
discriminação espectral entre objetos da
superfície terrestre, maior fidelidade
geométrica e melhor precisão radiométrica em
relação ao sensor MSS. A energia proveniente
da cena atinge o espelho de varredura que
oscila perpendicularmente à direção de
deslocamento do satélite em sentido
leste-oeste e oeste-leste. O sinal atravessa
um telescópio e um conjunto de espelhos,
cuja função principal é corrigir o sinal
coletado pelo espelho de varredura. Dessa
maneira, o sinal detectado em cada matriz de
detetores de cada canal é transferido para
um amplificador e convertido em sinal
digital através de um sistema A/D
(analógico/digital). A saída de dados é,
então transmitida via telemetria.
Quais são as
características do SPOT?
- Programa francês semelhante ao programa
Landsat, concebido pelo Centre National
d'Etudes Spatiales (CNES) com dois sensores
de alta resolução (HRV - HAUT Resolution
Visible) a bordo. Estes sensores foram
concebidos para operarem no modo
multiespectral (aquisição de dados em três
faixas do espectro eletromagnético com uma
resolução espacial de 20 metros) e no modo
pancromático com uma banda de resolução
espacial de 10 metros.
- Uma das características marcantes dos
instrumentos a bordo do SPOT é a
possibilidade de observação "off-nadir"
(apontamento direcional). O sensor poderá
ser direcionado de modo a observar cenas
laterais à órbita em que se encontra
inserido o satélite em dado momento. Esta
possibilidade de observação "off-nadir"
aumenta os meios de obter-se um aumento no
recobrimento repetitivo de determinadas
áreas. Outra vantagem da visada "off-nadir"
é a possibilidade de serem obtidos pares
estereoscópicos de determinadas áreas.
- A luz proveniente da cena atinge um
espelho plano, que pode ser controlado a
partir das estações terrenas variando em
ângulos de +/- 0,6 até 27o em relação ao
eixo vertical. A energia que atinge o
espelho plano é focalizada sobre uma matriz
linear de detetores do tipo CCD
(Charge-Coupled Device). Cada matriz
consiste em 6000 detetores arranjados
linearmente, formando o que se convenciona
chamar de "push-broom scanner" ou sistema de
varredura eletrônica. Este sistema permite o
imageamento instantâneo de uma linha
completa no terreno, perpendicularmente à
direção de deslocamento do satélite em sua
órbita.
Quais são as
características do ERS-1?
- Construído pela Agência Espacial Européia
(ESA), o ERS-1 foi lançado do centro
espacial da Guiana Francesa pelo foguete
Ariane 4 em 16 de julho de 1991. Com uma
missão noninal de dois anos, os objetivos
são voltados principalmente para estudos
oceânicos e de geleiras, nas várias áreas de
ciências naturais.
- Dentre os vários aparelhos a bordo do
satélite, temos o AMI (Active Microwave
Instruments), constituído por um radar de
Abertura Sintética (SAR) e um escaterômetro
(aparelho para medição de ventos). As
imagens adquiridas pelo SAR, fornece dados
de uma faixa de 100 x 100 km, com uma
resolução espacial de 30 metros. Uma antena
de 10 x 1 metros emite e recebe um feixe de
microondas na faixa de 5,3 Ghz (banda C),
com polarização VV e um ângulo de incidência
de 23 graus. A operação do SAR no modo
Imagem produz uma taxa de dados muito alta
(105 Mbps), fazendo com que as imagens só
possam ser geradas em zonas equipadas com
estações receptoras. A superfície terrestre
poderá ser inteiramente coberta e imageada
em ciclos de 35 dias.
Sistemas de Aquisição de
Imagens
O que é uma imagem
digital?
- Uma imagem digital pode ser definida por
uma função bidimensional, da intensidade de
luz refletida ou emitida por uma cena, na
forma I(x,y); onde os valores de I
representam, a cada coordenada espacial
(x,y), a intensidade da imagem nesse ponto.
Essa intensidade é representada por um valor
inteiro, não-negativo e finito.
- A cada ponto imageado pelos sensores,
corresponde a uma área mínima denominada
"pixel" (picture cell), que deve estar
geograficamente identificado, e para o qual
são registrados valores digitais
relacionados a intensidade de energia
refletida em faixas (bandas) bem definidas
do espectro eletromagnético.
- O processo de digitalização de uma imagem
não-digital ("imagem contínua"), corresponde
a uma discretização (ou amostragem) da cena
em observação, através da superposição de
uma malha hipotética, e uma atribuição de
valores inteiros (os níveis de cinza) a cada
ponto dessa malha (processo chamado de
quantização).
- Em satélites como o Landsat e SPOT, o
sinal elétrico detectado em cada um de seus
canais, é convertido ainda a bordo do
satélite, por um sistema analógico/digital,
e a saída enviada para as estações de
recepção via telemetria. As imagens destes
satélites são amostradas com um número
grande de pontos (as imagens do sensor
"Thematic Mapper" do satélite Landsat
possuem mais de 6000 amostras por linha).
Além disso, tais imagens têm a
característica de serem multiespectrais, no
sentido de constituírem uma coleção de
imagens de uma mesma cena, num mesmo
instante, obtida por vários sensores com
respostas espectrais diferentes.
Quais características
tem uma imagem?
- Tem número finito de bits para representar
a radiância da cena para cada "pixel".
- Radiância é o fluxo
radiante que provém de uma fonte, numa
determinada direção, por unidade de área. A
quantificação da radiância contínua de uma
cena é representada pelos níveis de cinza
discretos na imagem digital, é dada por um
número de bits por "pixel" para produzir um
intervalo de radiância. Os sensores da nova
geração obtêm normalmente imagens em 8 ou 10
bits (equivalente a 256 ou 1024 níveis
digitais). O nível de cinza é representado
pela radiância média de uma área
relativamente pequena em uma cena. Esta área
é determinada pela altitude do sistema
sensor a bordo do satélite e outros
parâmetros como o IFOV (Instantaneous Field
Of View), que é o ângulo formado pela
projeção geométrica de um único elemento
detetor sobre a superfície da Terra.
- No caso das imagens multiespectrais, a
representação digital é mais complexa,
porque para cada coordenada (x,y), haverá um
conjunto de valores de nível de cinza.
Representa-se então cada "pixel" por um
vetor, com tantas dimensões quantas forem as
bandas espectrais.
- Banda espectral é o
intervalo entre dois comprimentos de onda,
no espectro eletromagnético.
- Resolução é uma medida da
habilidade que um sistema sensor possui de
distinguir entre respostas que são
semelhantes espectralmente ou próximas
espacialmente. A resolução pode ser
classificada em espacial, espectral e
radiométrica.
- Resolução espacial: mede
a menor separação angular ou linear entre
dois objetos. Por exemplo, uma resolução de
20 metros implica que objetos distanciados
entre si a menos que 20 metros, em geral não
serão discriminados pelo sistema.
- Resolução espectral: é
uma medida da largura das faixas espectrais
do sistema sensor. Por exemplo, um sensor
que opera na faixa de 0.4 a 0.45 m tem uma
resolução espectral menor do que o sensor
que opera na faixa de 0.4 a 0.5 um.
- Resolução radiométrica:
está associada à sensibilidade do sistema
sensor em distinguir dois níveis de
intensidade do sinal de retorno. Por
exemplo, uma resolução de 10 bits (1024
níveis digitais) é melhor que uma de 8 bits.
- A tabela a seguir apresenta as
características de resolução dos sistemas
sensores Thematic Mapper (TM), Haute
Resolution Visible (HRV) e Advanced Very
Resolution Radiometer (AVHRR), a bordo dos
satélites Landsat, SPOT e NOAA,
respectivamente.
|
TM
|
HRV
|
AVHRR
|
Freqüência
da aquisição
de imagens |
16 dias |
26 dias |
2 vezes ao
dia |
Resolução
espacial |
30 m
120 m (Banda6) |
20 m
(Banda1 a 3)
10 m (Pan) |
1.1 Km
(nominal) |
Resolução
radiométrica |
8 bits |
8 bits
(1-3)
6 bits (Pan) |
8 bits |
Resolução
espectral
bandas espectrais
(micrômetros) |
Banda1 -
0.45-0.52
Banda2 - 0.52-0.60
Banda3 - 0.63-0.69
Banda4 - 0.76-0.90
Banda5 - 1.55-1.75
Banda6 - 10.74-12.5
Banda7 - 2.08-2.35 |
Banda1 -
0.50-0.59
Banda2 - 0.61-0.68
Banda3 - 0.79-0.89
Pan - 0.51-0.73 |
Banda 1 -
0.58-0.68
Banda 2 - 0.725-1.1
Banda 3 - 3.55-3.93
Banda 4 - 10.30-11.30
Banda 5 - 11.50-12.50 |
- As diferentes bandas espectrais dos
sensores têm aplicações distintas em estudos
de sensoriamento remoto. Para orientar o
usuário na seleção das melhores bandas a
serem utilizadas no seu projeto,
apresenta-se as tabelas a seguir:
Satélite Landsat -
Sensor TM
|
Canal
|
Faixa Espectral
(um)
|
Principais
aplicações
|
1
|
0.45 - 0.52
|
Mapeamento de
águas costeiras
Diferenciação entre solo e vegetação
Diferenciação entre vegetação
coníferas e decídua |
2
|
0.52 - 0.60
|
Reflectância de
vegetação verde sadia |
3
|
0.63 - 0.69
|
Absorção de
clorofila
Diferenciação de espécies vegetais |
4
|
0.76 - 0.90
|
Levantamento de
biomassa
Delineamento de corpos d'água |
5
|
1.55 - 1.75
|
Medidas de
umidade da vegetação
Diferenciação entre nuvens e neve |
6
|
10.4 - 12.5
|
Mapeamento de
estresse térmico em plantas
Outros mapeamentos térmicos |
7
|
2.08 - 2.35
|
Mapeamento
hidrotermal |
Satélite SPOT -
Sensor HRV
|
Canal
|
Faixa Espectral
(um)
|
Principais
aplicações
|
1
|
0.50 - 0.59
|
Reflectância de
vegetação verde sadia
Mapeamento de águas |
2
|
0.61 - 0.68
|
Absorção da
clorofila
Diferenciação de espécies vegetais
Diferenciação de solo e vegetação |
3
|
0.79 - 0.89
|
Levantamento de
fitomassa
Delineamento de corpos d'água |
Pan
|
0.51 - 0.73
|
Estudo de áreas
urbanas |
Satélite NOAA -
Sensor AVHRR
|
Canal
|
Faixa Espectral
(um)
|
Principais
aplicações
|
1
|
0.58 - 0.68
|
Mapeamento
diurno de nuvem, gelo e neve
Definição de feições de solo e
cobertura vegetal |
2
|
0.725 - 1.1
|
Delineamento da
superfície da água
Definição de condições de fusão de
neve e gelo
Avaliação da vegetação e monitoramento
metereológico (nuvens) |
3
|
3.55 - 3.93
|
Mapeamento
noturno e diurno de nuvens
Análise da temperatura (C) da
superfície do mar
Detecção de pontos quentes (incêndios) |
4 e 5
|
10.30 - 11.30 (4)
11.50 - 12.50 (5)
|
Mapeamento
noturno e diurno de nuvens
Medição da superfície do mar, lagos e
rios
Detecção de erupção vulcânica
Umidade do solo, atributos
metereológicos das nuvens
Temperatura da superfície do mar e
umidade do solo |
Quais os formatos de
imagens de sensores orbitais existem?
- Os arquivos de imagens dos sensores podem
estar disponíveis nos formatos
superestrutura ou "fast format".
- Formato superestrutura (padrão de fitas e
CDROM): apresenta uma organização de dados
em quatro níveis hierárquicos distintos:
volume, o arquivo, o registro e o campo de
dados. Um grupo de arquivos compõem um
volume lógico, o qual pode ser armazenado em
vários volumes físicos (fitas) e um volume
físico pode armazenar vários volumes
lógicos, isto é, podemos ter uma fita com
vários arquivos (bandas), ou uma banda em
mais de um volume físico. Os componentes
básicos de uma superestrutura são: o arquivo
diretório do volume e o arquivo descritor.
- O arquivo diretório de volume define e
identifica um volume lógico (por exemplo
um conjunto de bandas). O arquivo
descritor é o primeiro registro dentro
de cada arquivo de dados (cada banda) e
define a estrutura interna do arquivo
fornecendo parâmetros para interceptar
seu conteúdo.
- Formato "fast format": contém uma
quantidade mínima de dados gerais,
compactando o máximo possível os dados em
uma fita, facilitando assim a leitura e a
escrita. Este formato está disponível
somente para estrutura de imagem em banda
seqüencial (BSQ), usado em imagens
TM/Landsat. Os arquivos da imagem estão
contidos em uma única fita e pode haver mais
de um arquivo imagem por fita. Há dois tipos
de arquivo em uma fita "fast format": o
arquivo de "header" e os arquivos de
imagens.
- O arquivo de "header" é o primeiro de
cada fita e contém dados de descrição
como data, opções de processamento e
informação de projeção para o produto.
- Os arquivos de imagem contêm somente
"pixels" de imagem. Estes dados podem
ser blocados ou não. A blocagem é
utilizada para condensar uma imagem, o
máximo possível. Na maior parte das
vezes, as imagens geocodificadas são
blocadas.
Quais são os padrões
de gravação da imagem do TM/Landsat?
- A imagem TM/Landsat que o SPRING faz a
leitura deve estar no padrão BSQ de bandas
seqüenciais.
- No padrão BSQ, a imagem é registrada na
fita, banda a banda, conforme ilustra o
esquema a seguir:
Registro linhas colunas
1 2 3 4 5 6
1 1 B1 B1 B1 B1 B1 .
2 2 B1 B1 B1 B1 B1 .
3 3 B1 B1 B1 B1 B1 .
. . .
. 1 B2 B2 B2 B2 B2 .
. 2 B2 B2 B2 B2 B2 .
. 3 B2 B2 B2 B2 B2 .
- O usuário pode escolher os produtos
digitais das fitas TM-Landsat com níveis de
correção geométrica. Os níveis possíveis são
4, 5 e 6:
- Nível 4 - o produto
padrão do INPE é gerado neste nível. São
aplicados os cálculos de correção
geométrica, utilizando-se os dados de
efemérides e atitude obtidos do
satélite.
- Nível 5 - os
procedimentos são idênticos aos
aplicados no nível 4, com correção
geométrica básica com reamostragem por
"vizinho mais próximo" e pontos de
controle adquiridos a partir de uma base
cartográfica oficial.
- Nível 6 - os
procedimentos são semelhantes aos do
nível 5, com reamostragem por convolução
cúbica.
- O tamanho de uma cena de uma imagem
TM/Landsat é de 6177 linhas por 6489
colunas, a qual pode ser dividida em
quadrantes de 3087 linhas e 3243 colunas. Os
quadrantes encontram-se dispostos na cena
conforme a figura a seguir:
Quadrantes
|
A= |
1,2,5,6 |
N= |
2,3,6,7 |
B= |
3,4,7,8 |
S= |
10,11,14,15 |
C= |
9,10,13,14 |
W= |
5,6,9,10 |
D= |
11,12,15,16 |
E= |
7,8,11,12 |
X= |
6,7,10,11 |
|
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
11 |
12 |
13 |
14 |
15 |
16 |
- Os dados Landsat TM em CD-ROM são
distribuídos em forma de cenas inteiras
(full frame - aproximadamente 185 x 185 km)
ou quadrantes (aproximadamente 96 x 96 km),
desde 1 até 7 bandas espectrais. Todas as
cenas são fornecidas com o mesmo nível de
correção radiométrica básica, que consiste
na equalização da resposta dos sensores, de
forma a eliminar o efeito de "stripping" dos
dados Landsat-TM. Não são aplicadas
equalizações de histogramas ou correções
para o ângulo de elevação do sol. O CD-ROM é
formatado no padrão IBM-DOS, podendo ser
lido por qualquer unidade de leitura que
aceite discos óticos em conformidade com o
padrão ISO-9660. O disco está estruturado em
subdiretórios:
- no diretório-raiz,
estão localizados alguns arquivos
gerais, tais como esta documentação de
formato e um programa de conversão do
formato do CD-ROM para um arquivo
formato TIFF.
- um ou mais diretórios
com a identificação WRS da cena. Por
exemplo, uma imagem full frame sobre o
Rio de Janeiro (base 217 ponto 76)
estará localizada no diretório \217_076.
Se a imagem for quadrante, a sigla do
quadrante também fará parte do nome do
diretório. Por exemplo, o quadrante A da
mesma cena do exemplo acima estará
localizada no diretório \216_076A.
- em cada diretório,
haverá um ou mais subdiretórios com a
data de aquisição da cena. A forma geral
do subdiretório é \aammdd, onde "aa" são
os 2 últimos dígitos do ano, "mm" os
dígitos do mês e "dd" os dígitos do dia
da aquisição. Por exemplo, a mesma cena
do exemplo acima que tenha sido
adquirida em 31 de janeiro de 1994
estará localizada no subdiretório
\940131.
- nos subdiretórios
respectivos encontram-se os arquivos de
imagem, um para cada banda requisitada,
e alguns arquivos de descrição do
produto (similares aos arquivos da CCT
Super-Estrutura), cujas descrições
detalhadas são dadas mais adiante. Cada
arquivo de imagem é nomeado simplesmente
BANDAn.DAT, onde "n" é o número da
banda.
- Por exemplo, a banda 7 da mesma cena do
Rio de Janeiro, quadrante A, adquirida pelo
satélite em 31 de janeiro de 1994, deverá
ser acessada com o
nome:\217_076a\940131\banda7.dat
- As imagens em CDROM são gravadas no
formato superestrutura. eventualmente,
poderá existir um subdiretório adicional,
\DEMO, com algumas imagens de demonstração,
em formato TIFF ou JPEG.
Quais são os padrões
de gravação da imagem HRV/SPOT?
- O programa de leitura de imagens do SPRING
(IMPIMA), permite a leitura de imagem
HRV/SPOT, onde esta deve estar no formato
banda intercalada por linha (BIL), onde cada
linha é gravada seqüencialmente para todas
as bandas, conforme ilustra o esquema a
seguir:
Registro linhas colunas
1 2 3 4 5 6
1 1 B1 B1 B1 B1 B1 .
2 1 B2 B2 B2 B2 B2 .
3 1 B3 B3 B3 B3 B3 .
4 2 B1 B1 B1 B1 B1 .
5 2 B2 B2 B2 B2 B2 .
6 2 B3 B3
Quais são as
características do ERS-1?
- O usuário pode escolher os produtos
digitais das fitas HRV-SPOT com níveis de
correção geométrica. Os níveis possíveis são
1A, 1B, 2A e 2B, descritos a seguir:
- Nível 1A: a imagem
contém dados originais com calibração
radiométrica relativa e absoluta,
através da normalização dos detetores,
sem correção geométrica e calibração
entre bandas.
- Nível 1B: a correção
radiométrica é a mesma de 1A, acrescida
da reamostragem para compensação dos
efeitos internos e externos do sistema e
a correção geométrica, para os efeitos
de perspectiva, rotação da Terra e
variação da velocidade do satélite.
- Nível 2A: a correção
radiométrica é a mesma do nível 1B e
apresenta um pré- processamento
geométrico sobre um mapa com o uso de
dados de atitude do satélite.
- Nível 2B: a imagem
possui correção geométrica sobre um
mapa, com o uso de dados de atitude do
satélite e pontos de controle do
terreno.
- A definição do formato de uma cena, em uma
imagem SPOT, depende se esta possui
informação multiespectral (bandas 1, 2 e 3)
ou pancromática (pan), e ainda do nível de
correção da imagem.
- O tamanho das imagens SPOT é definido de
acordo com o nível de correção, conforme
mostra a tabela a seguir:
Nível |
Modo |
Nº
linhas |
Nº
colunas |
1A |
P
XS |
6.000
6.000 |
6.000
3.000 |
1B |
P
XS |
6.000
3.000 |
6.400 a
8.500
3.200 a 4.250 |
2A/2B |
P
XS |
7.200 a
10.200
3.600 a 5.100 |
7.500 a
10.200
3.750 a 5.100 |
- Uma cena da imagem SPOT pode também ser
divida em quadrantes, conforme ilustra a
figura ao lado. Cada quadrante representa
uma área de aproximadamente 40 x 40 Km e o
usuário tem a possibilidade de requisitar
uma cena que esteja localizada entre
quadrantes. Para isto, deve identificar a
área desejada na imagem e definir um
quadrado de 40 x 40 Km envolvendo-a.
Quais são os padrões
de gravação da AVHRR/NOAA?
- A imagem AVHRR/NOAA encontra-se no padrão
banda intercalada por "pixel" (BIP). No
formato BIP, cada "pixel" é gravado
seqüencialmente para todas as bandas,
conforme ilustra o esquema a seguir:
Registro |
Linhas |
Colunas |
1 |
2 |
B1.1 B2.1
B3.1 B4.1 B5.1 B1.2 B2.2 |
1 |
1 |
B1.n B2.n
B3.n B4.n B5.n B1.n+1... |
- As fitas podem ser gravadas em 10 bits
(full) ou 8 bits (compress). Uma fita
gravada em 10 bits pode conter até as cinco
bandas registradas e possui a seguinte
configuração, como mostra a figura ao lado:
- onde:
- (1) "Header":
apresenta as características do
satélite, data de gravação, formato,
etc.
- (2) Matriz de
Referência Geodésica (MRG): apresenta os
dados de navegação da imagem.
- (3) Dados TIP: dados
de documento da imagem como linha,
coluna, resolução, etc.
- (4) Dados AHVRR: a
imagem propriamente dita.
- Uma fita gravada em 8 bits pode conter até
três bandas registradas e possui a seguinte
configuração:
- O tamanho das imagens AVHRR é
definido pelo ângulo de varredura do sensor,
isto é, 2048 amostras ("pixels") por canal,
para cada varredura na Terra. O número de
colunas é definido pelo alcance da antena
receptora.
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