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A criação da DPI... como tudo começou

Em 1974, o INPE comprou, por US$ 1 milhão, um sistema de processamento de imagens da GE, chamado "IMAGE-100". Tecnologia no estado-da-arte da época, era controlado por um PDP/11-45 (com 128 KB de memória) e possuía memória de vídeo de 512 x 512 "pixels" (usando "shift registers" de 1KB). Por muito tempo, foi o único sistema de processamento digital de imagens de satélite em operação no País.

"Avô do SPRING" - I-100

"Avô do SPRING" - I-100

O IMAGE-100 ou I-100, como ficou conhecido, trazia um mínimo de funções de processamento de imagens, o que motivou a montagem de equipe de desenvolvimento para implementar algoritmos (como filtragem, classificação e registro de imagens).

Em 1984 foi criada a Divisão de Processamento de Imagens (DPI), que além do desenvolvimento de tecnologia, deveria estabelecer um programa de pesquisa e formação de pessoal, e projetos cooperativos com universidades e instituições públicas e privadas. Ao mesmo tempo, foi iniciado um programa acadêmico de formação de pessoal, sob a liderança do prof. Nélson Mascarenhas.

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À esquerda, Prof. Nélson Mascarenhas, o primeiro chefe da Divisão de Processamento de Imagens (DPI) do INPE ao lado do Dr. Antônio Miguel Vieira Monteiro.


A combinação multidisciplinar entre engenheiros e analistas de software com pesquisadores de sensoriamento remoto com diferentes formações (geólogos, geógrafos, agrônomos, urbanistas, oceanógrafos e ecólogos) assegurou que o desenvolvimento de tecnologia de geoinformação estivesse baseado, desde sua concepção, em requisitos desenhados em conjunto com seus usuários potenciais.

Em 1986, a DPI lançou o sistema SITIM (Sistema de Tratamento de Imagens) para o ambiente MS-DOS (originalmente um PC-286 com 8Mhz e 256 Kb de memória) e uma placa gráfica desenvolvida localmente com capacidade de 1024x1024x24 bits. Com o objetivo de integrar as imagens a mapas e outras medições feitas diretamente no terreno, a DPI desenvolveu paralelamente, para o ambiente MS-DOS, um sistema de informação geográfica denominado SGI. Os dois sistemas passaram a operar de forma integrada, dando origem ao que veio a ser conhecido como sistema SITIM/SGI. O SITIM/SGI foi utilizado por 150 universidades e institutos de pesquisa até 1994.

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"Pai do SPRING" (SITIM/SGI)

O início dos anos 90 foi um momento de crise em todo o setor de desenvolvimento tecnológico brasileiro, com o fim da reserva de mercado e a abertura comercial promovida pelo governo Collor. Todas as instituições e empresas associadas à política de informática foram objeto de forte questionamento. Naquela época, a equipe do INPE sentiu a necessidade de revisar o projeto SITIM, para remover a necessidade do uso de placa gráfica adicional e de utilizar interfaces baseadas em menus e ícones. 

Em 1991, iniciou-se o desenvolvimento do SPRING baseado num modelo de dados que combina as idéias de "campos" e "objetos geográficos", e que antecipou em quase 10 anos a implementação de soluções semelhantes em sistemas comerciais. Sua interface combina aplicações comandadas por "menus" e uma linguagem de consulta e manipulação espacial. A partir de 1996, o software foi liberado via Internet, e até hoje, já foi obtido por mais de 35 000 usuários no mundo inteiro.


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SPRING - Sistema Integrado de Geoprocessamento e Processamento de Imagens

Os projetos SITIM e SPRING deram ao INPE um entendimento dos aspectos-chave da tecnologia de geoinformação e uma capacidade de projetar soluções inovadoras. Entendemos que a tecnologia de geoinformação está em processo de forte mudança. A disponibilidade de uma nova geração de SGBDs objeto-relacionais que permitem incorporar tipos de dados espaciais, permite a construção de bancos de dados geográficos onde tanto os atributos como as geometrias de dados espaciais sejam gerenciados pelo SGBD. Esta integração tem o potencial de mudar complementarmente a tecnologia de geoinformação, permitindo uma transição dos atuais sistemas monolíticos (com suas centenas de funções) para uma geração de aplicativos geográficos, sistemas pequenos voltados para atender necessidades específicas.

Com esta motivação, o INPE iniciou em 2000 o desenvolvimento da TerraLib, biblioteca de código aberto para suportar aplicações inovadoras em Geoprocessamento. A TerraLib tem por meta permitir o desenvolvimento de ambientes SIG que incorporem os mais recentes avanços da Ciência da Geoinformação, com ênfase no uso de SGBD para armazenar todos os tipos de dados geográficos. 

Atualmente a nossa ambição é constituir a TerraLib como o Linux do SIG, rompendo no mundo geográfico com o paradigma tecnológico atual: ambientes de desenvolvimento de aplicativos geográficos todos baseados em sistemas proprietários.


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TerraCrime - Software Livre para Segurança Pública baseado na TerraLib

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Nélson Mascarenhas (1984)

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Ricardo Cartaxo (1985-1990)

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Gilberto Câmara (1991-1995)

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Ubirajara Freitas (1996-1999)

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Antonio Miguel (1999 - 2006)

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   Julio d'Alge  (2006 - 2010)

Leila Fonseca (2010 - 2014)

Lúbia Vinhas (2014 - 2018)

Eymar Lopes  (2018 - atual)